Candango

 

Em 1958, quando na Alemanha o Munga recebia ainda modificações e ia se popularizando gradativamente, o Brasil viu nascer um novo jipe. A Vemag, que já lançara o automóvel e a perua DKW com o pipocante motor 1000 de dois tempos, trazia então esse novo veículo que seria logo batizado de Candango. Sem dúvida um nome tão feio quanto o do seu irmão europeu, mas necessário devido a problemas em relação ao pretendido Jipe, já legalmente registrado pela Willys, apesar da ortografia diferente – Jeep.

Numa alusão aos incansáveis trabalhadores que construíram Brasília – fortes e resistentes – o nome Candango ganhou forças e logo identificava o novo jipinho – como alguns ainda insistiam em chama-lo , que além do estranho nome era inigualável em aparência e também em barulho.

De início, todos os modelos fabricados possuíam tração integral permanente. Após 1960, veículos com tração 4×2, dianteira, também foram fabricados visando uma performance em terrenos não-acidentados mais adequada. Possuindo o mesmo motor do Munga, o Candango recebeu no Brasil apenas uma modificação de vulto, que foi uma capota de aço e, posteriormente, a introdução de quatro portas. Além disso, no modelo 4×4, a reduzida podia ser engatada com o veículo em movimento.

Infelizmente, o feio-simpático Candango teve vida curta também no Brasil. Visando principalmente o mercado militar, a Vemag resolveu parar a fabricação deste veículo em 1964, após a negativa das Forças Armadas Brasileiras em adquirí-lo. Uma lacuna que ficaria preenchida apenas parcialmente pelo seu primo Willys-Ford, já que, proprietários, ex-proprietários e colecionadores juram solenemente que, os 4.400 Candangos produzidos no Brasil, mesmo aqueles que já morreram, jamais poderão ser substituídos. Nem mesmo pelo mais moderno veículo 4×4 da atualidade. Afinal, quem seria tão feio quanto ele e, ao mesmo tempo, tão bom?
Essa matéria é da revista 4×4 & Pickup, ano II, nº 11, de 1984, reproduzimos seu texto final, no qual é feito um breve histórico do Candango:

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