Pracinha

 

No trafego de rua ou de estrada o “popular” da Vemag mantém as boas qualidades dos seus irmãos da linha DKW. Chega aos 125/130km/h com relativa facilidade e vai sempre bem nas ultrapassagens. Levinha, levinha e com esta qualidade excelente, a caminhonete convida a entrar forte nas curvas. A roda no ar não dá para assustar. Assim, motivo de controvérsias, os carros populares têm um valor mais alto: tornam realidade o sonho de muita gente. Ao passar em revista o primeiro dos carros populares criados para venda através da Caixa Econômica Federal, precisa-se assumir uma atitude diferente daquela que preside o julgamento dos automóveis produzidos em série. Não se colocar na posição do comprador normal, daquele que escolhe o carro mais confortável, mais luxuoso ou mais equipado para trocar pelo dinheiro de que dispõe. Precisa, isto sim, viver a condição  de uma grande camada da população, para a qual a perspectiva de possuir um automóvel não passa de um sonho remoto.
O aspecto geral do Pracinha agrada. Na frente, a pintura das partes, que normalmente são cromadas, e o para – choque simplificado não chegam a comprometer a boa aparência do veículo. A tampa do capô  não tem mola e sim uma vareta de fixação, o que traz maiores inconvenientes para as inspeções de rotina. O motor é o mesmo valente 3 cilindros de 50 hp, sem “Lubrimat”.
Detalhes negativos:
Os bancos dianteiros são individuais e reclináveis, revestidos com plástico. O assoalho do compartilhamento traseiro, sem qualquer forração. A pintura de proteção nos aros dos faróis é de má qualidade e descasca logo.
Como modificar para baixar o custo: na primeira foto, a porta dupla traseira da Vemaguete de série; na segunda, a Pracinha, porta única, sem painel, assoalho de madeira comum, apenas duas ferramentas e um só farolete para iluminação da chapa
Positivo e negativo:
A favor do Pracinha podem ser alinhados quase todas as vantagens  de concepção, construção e desempenho dos veículos da linha DKW no geral: o carro é leve, ágil, bastante nervoso, arranca rápido e conta com excelente estabilidade; não sendo estes o preço da economia. Contra o popular da Vemag, alinharíamos a precaridade da vedação (o carro faz água e poeira por todos os lados), o barulho causado pela ausência de painéis e estofamentos. Por último, uma taxa de consumo mais alta, conseqüência da utilização da roda-prêsa, quando a Vemaguete, principalmente na estrada, e com a roda-livre, é bastante econômica. 
A matéria acima foi cedida por Ricardo Sacco da ##Garagem## Originalmente pertence à antiga Revista Mecânica Popular.

Deixe um comentário